Na cidade de Antônio Olinto a cultura é altamente influenciada pelas etnias que nela se instalaram no final do século XIX, em especial, a alemã, polonesa e ucraniana. Esses imigrantes e seus descendentes deixaram, e ainda mantêm, suas marcas na arquitetura, no artesanato e na culinária antoniolintense.
Os ucranianos, por exemplo, trouxeram para Antônio Olinto o estilo arquitetônico das casas de madeira com lambrequins em volta do telhado e suas varandas ornamentadas. Além disso, já são considerados típicos do município o artesanato de crochê com bordado ucraniano e as pessânkas, ovos decorados à base de tinta. Outros tipos de artesanato encontrados na localidade são o crochê de bordado simples e diversos produtos feitos com palha de milho. Da região da Galícia, entre Ucrânia e Polônia, vieram várias receitas que hoje integram a gastronomia típica de Antônio Olinto.
São comuns também na região as lendas e contos populares, além de algumas festas já tradicionais formando o rico folclore local. Entre as lendas mais conhecidas e divulgadas pela população, a maioria conta com assombrações, lobisomens e tesouros escondidos, como a do caixão que aparece pelos rios de Antônio Olinto e que só pode ser retirado da água com a ajuda de dois bois gêmeos; do bugre que trocava pães por lenha; do lobisomem Burza; ou da dupla Casimiro e Joacir que diziam ter encontrado um tesouro ao redor de um rio local, mas quando foram mostrar aos amigos só encontraram cascalho e capim.
Já as festas municipais dividem-se entre as de cunho religioso e as gastronômicas, utilizadas também para a comercialização de produtos locais, fora a festa de aniversário da cidade, realizada no dia 24 de outubro. Entre as gastronômicas estão a Festa da Costela, no mês de outubro e a festa do Colono, ou do Agricultor, com missa e churrasco para os trabalhadores da região. Sobre as festas religiosas, as de maior popularidade são a Festa de Nossa Senhora dos Corais, realizada desde 1902 no mês de maio ou junho, e a de Nossa Senhora da Imaculada Conceição,em dezembro. Emambas são realizadas uma missa e uma procissão que sai da Igreja da Nossa Senhora da Imaculada Conceição até a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, seguida por um grande almoço com pratos da gastronomia ucraniana e apresentações culturais. Outra festa típica de Antônio Olinto é a dedicada ao padroeiro São José, em 19 de março.
Em outros aspectos de sua cultura, a cidade ainda apresenta poucos representantes de destaque. Esse é o caso da literatura local, em que é possível citar os autores de “Imigrantes” e “Meu Recado Esportes”, Homero e Maria Schwartz. Na música, Antônio Olinto possui uma Banda Municipal que realiza shows em eventos da região, o grupo Evolução Gaúcha e vários músicos dedicados à chamada “música de raiz”, com suas violas, gaitas e violões. As artes cênicas são representadas pela Companhia Artística Sentidos da Vida, com integrantes de todas as idades que realizam a Encenação da Paixão de Cristo durante a Páscoa. Já nas artes visuais, destacam-se as pinturas de Maria Schwartz em óleo sobre tela, e de Simone Surmas, exímia artista de pintura sobre pessânkas. Além delas, há ainda Rosilene Lucavei, conhecida por suas colagens.
Em todos esses elementos da cultura, nota-se o esforço da população em preservar os costumes mais característicos dos primeiros colonizadores de Antônio Olinto, assim como de promover sua culturaem todo Estado do Paraná.
Fonte: Prefeitura Municipal de Antônio Olinto
CARNEIRO JR. Renato A. (coor.). Festas populares do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 2005. (Caderno Paraná da Gente; 2)
CARNEIRO JR. Renato A. (coor.). Lendas e contos populares do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 2005. (Caderno Paraná da Gente; 3)